INSERÇÃO DO IDOSO NO MERCADO DE TRABALHO

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Por Queila Leite

Um tema que tem sido bastante discutido na atualidade é a expectativa de vida, que vem aumentado nas últimas décadas. Consequentemente tem-se ampliado as discussões a respeito do tempo ocioso, que pode ser percebido na chegada da terceira idade, discussões estas que se deram até mesmo sobre a reforma da previdência e o aumento da idade mínima para a aposentadoria, recentemente em pauta no congresso nacional. Mas não é novidade para nós, que mesmo com a idade mais avançada muitos idosos permanecem no mercado de trabalho por questões pessoais ou financeiras, sendo um ponto positivo para as organizações que podem aproveitar as experiências e os conhecimentos, que nessa fase são inúmeros.

Diversas pesquisas constatam que os idosos estão cada vez mais economicamente ativos e que podem contribuir positivamente para as empresas através de seu capital intelectual. Desta maneira muitos idosos optam por permanecer no mercado ou retornam depois de sua aposentadoria por diversos motivos, entre eles: necessidade de uma renda adicional, ocupação do tempo ocioso, ou mesmo pelo prazer que sua profissão lhe proporciona. Com as exigências advinda da chamada “Era da informação” o mercado de trabalho no que diz respeito, a todos os setores, vem recrutando mão-de-obra qualificada para melhor atender o seu público, e é nessa mão-de-obra qualificada que a terceira idade se enquadra perfeitamente, pois na “Era do capital intelectual” não se visa mais a força física para a execução de tarefas, mas se baseia na capacidade humana de gerar conhecimento. Desta maneira, o idoso pode contribuir com suas experiências diversificadas e adquiridas em anos de vivência e de trabalho podendo ser considerados indivíduos saudáveis na dita terceira idade que podem exercer atividades profissionais, por apresentarem capacidade física e intelectual e por possuírem conhecimentos e experiências acumuladas.

A inserção do idoso no mercado de trabalho é um assunto muito polemizado, mas mesmo com seus prós e contras é uma conquista para nós o aumento da expectativa de vida e com essa nova realidade o papel do idoso na sociedade toma outras formas. O trabalho para os idosos além de constituir uma fonte de renda, muitas vezes, como complemento essencial à aposentadoria, é também uma forma de se manter útil, de se ocupar, sendo assim uma questão de dignidade. E, portanto, se deve compreender que o envelhecimento não significa improdutividade e dependência. Acompanhando esta nova tendência social, o “velho” está deixando de ser visto sob uma aparência negativa para ser abarcado sob um olhar de resgate da cidadania, da autonomia enquanto sujeito, tornando arcaica, cada vez mais, a ideia de utilidade/capacidade do idoso.